RESUMO
O objetivo deste estudo foi observar a prevalência da má-oclusão de classe II esquelética em pacientes com DTM e o respectivo posicionamento das bases ósseas em relação à base do crânio, avaliando, assim, o possível potencial etiológico da morfologia craniofacial neste tipo de disfunção. A amostra constituiu de sessenta telerradiografias em norma lateral de sessenta pacientes portadores de DTM articular e/ou muscular, da clínica do Centro de Oclusão e Articulação Temporomandibular (COAT). A classificação esquelética e a posição maxilomandibular foram obtidas da análise cefalométrica de Ricketts. De acordo com a metodologia adotada, os dados obtidos foram submetidos à análise estatística do Teste Qui-quadrado, com resultado estatisticamente significante (p=0,001) para os casos de classe II (55,37%), quando comparados com os de classe I (28,48%) e classe III (16,48%). Quanto à posição das bases ósseas em relação à base do crânio para os pacientes de classe II, houve maior prevalência de retrusão mandibular (66,67%); a má-oclusão de classe III apresentou maior prevalência de discrepância na maxila, com 70% de retrusões. Apenas 18,3% dos pacientes da amostra total apresentaram as bases ósseas bem posicionadas. Com base nos resultados, concluímos que é grande o número de pacientes portadores de má-oclusão esquelética de classe II, assim como os que apresentam discrepâncias craniofaciais. Acreditamos que a observação cuidadosa dos parâmetros de oclusão funcional e da morfologia craniofacial poderá ser útil na definção do plano de tratamento e prognóstico nos casos de DTM, visto ser esta etiologia multifatorial e de abordagem multidisciplinar
